Daniel Chapo foi eleito, no início da tarde desta sexta-feira, como sexto presidente da Frelimo, partido no poder desde a independência nacional. Chapo foi candidato único. De um total de 243 votantes, Chapo angariou 241 votos. Dois votos foram em branco.
Daniel Chapo foi eleito pouco depois de Filipe Nyusi ter renunciado o cargo, cujo mandato terminava em 2027. Tal como sucedeu-se com Joaquim Chissano e Armando Guebuza, Nyusi renunciou o cargo dois anos antes do fim do seu mandato.
Na abertura da III Sessão extraordinária do Comité Central (CC), Filipe Nyusi disse que tomou a iniciativa de deixar a liderança do partido no poder, no meio do mandato, como forma de manter a unicidade do comando e garantir a coesão entre o governo e o partido.
Coube ao presidente honorário mais velho, Joaquim Chissano, conferir posse, ao novo líder do partido. De Chissano, Chapo recebeu a bandeira, o estatuto e o programa da Frelimo, assim como o martelo que simboliza o poder.
Nesta tarde, o CC da Frelimo vai ainda eleger o secretário-geral, os membros do secretariado do CC, assim como a Comissão Política.
No discurso de despedida, Filipe Nyusi agradeceu o apoio prestado pelos camaradas e disse que foi um momento difícil marcado por vários desafios, mas que conseguiu guiar devidamente partido.
Disse que continuará a dar o seu auxílio ao novo timoneiro e pediu aos camaradas que dê sossego ao novo presidente no sentido deste, ter tempo para se concentrar nos problemas do país. Congratulou os membros do partido por uma transição pacífica e sem polémicas.
No seu discurso de despedida, Nyusi pronunciou três vezes o nome de Joaquim Chissano e em nenhum momento destacou o nome de Armando Guebuza.
Por seu turno, Daniel Chapo espera que tenha o apoio dos camaradas no sentido de continuar a guiar de melhor forma o partido que passa liderar. Pediu mais trabalho no sentido de se consolidar a paz, a unidade e o desenvolvimento.
Por seu turno, Joaquim Chissano disse que Daniel Chapo tem a missão de rever os sucessos e as dificuldades e fazer uma síntese em torno das transformações, que ano após ano fizeram com que a Frelimo tivesse o crescimento que o caracterizou nos últimos 60 anos.
Sublinhou que vai sempre lembrar ao novo líder que em Moçambique só há um povo.
“Pode haver 30 ou 100 partidos, mas o povo é um só e deve viver em harmonia mesmo com as ideias diferentes. Este é o sexto presidente da Frelimo que precisa de ser acompanhado. Não vamos estigmatizá-lo, mas vamos ajudar a ele”, finalizou.